quarta-feira, 30 de setembro de 2009
Crianças! Quando acordarem, é preciso fazer quatro coisas. E só depois, tomar café. Quais são elas?
1. Fazer uma oração. Pelo menos, o sinal da cruz.
2. Espreguiçar-se gostosamente e dar uma risadinha. Para quem? Para você mesmo. Basta olhar no espelho e fazer uma careta. Logo vem a risadinha.
3. Fazer o asseio: Lavar o rosto, escovar os dentes, etc.
4. Pedir a bênção aos pais.
Palavra de vida: Com Deus me deito, com Deus me levanto, com a graça de Deus e do Espírito Santo.
32. QUANDO EU ERA CATÓLICO
A conversa estava acalorada. Um homem da roda que parecia comandar a conversa, dizia com rompança: “Quando eu era católico, eu bebia, eu fumava, eu jogava, etc... Agora que mudei de religião, deixei tudo isso..."
Felizmente passou por ali um homenzarrão resolvido, pediu licença e entrou na conversa:
- Quando você era católico, se é que era de verdade, alguém da nossa Igreja mandou você fazer tudo isso que acaba de dizer?... Abro um parênteses para dizer que também sou evangélico da Igreja Católica. Queira responder.
O homem não respondeu porque receava se comprometer. O homenzarrão continuou:
- Pois bem. Quer fazer um trato? Faça tudo o que a nossa Igreja manda fazer. Mas direitinho, sem tirar nem por. Se mesmo assim você for condenado ao inferno, eu irei no seu lugar.
O valentão murchou as orelhas, enquanto os outros riam à vontade.
Palavra de vida: Não é todo aquele que diz “ Senhor, Senhor” que entrará no reino do céu, mas aquele que faz a vontade do meu Pai... (Mt 7,21)
33. A ILHA TRAIÇOEIRA
O mar é cheio de lendas. Conta-se que existiu no meio do oceano bravio uma ilha misteriosa, aparentemente invisível. Só aparecia na superfície quando dela se aproximava algum navio prestes a naufragar. Os marinheiros gritavam eufóricos:
- Eis uma ilha! Vai ser nossa salvação. Vamos para lá.
Apenas os náufragos ancoravam o navio junto dela, a ilha desaparecia arrastando todos para o fundo do mar.
A mesma coisa fazem as aranhas. O mosquito que se assenta em sua teia para descansar, é logo enrodilhado e sugado friamente.
Palavra de vida: No mar da vida há muitos que estendem a mão oferecendo solução para nossos problemas. Quantos deles não passam de armadilhas! Cuidado!
34. VOCÊ QUER SARAR?
O menino estava de cama. Magro e pálido, parecida estar sofrendo muito. O padre vigário foi visitá-lo e perguntou:
- Está doendo? Está sofrendo muito?
- Nem tanto, senhor padre. Hoje não sinto a dor que sentia ontem. Amanhã não terei mais a dor de hoje. Jesus não disse uma vez que “a cada dia basta o seu fardo?”
- Exatamente. Mas você não quer ficar melhor?
- Antes de ficar doente, eu era bem ruinzinho. Se sarar, tenho medo de voltar a ser ruim. Por isso estou bem assim. (Fato contado pelo santo Cura d’Ars).
Palavra de vida: Portanto, não se preocupem com o dia de amanhã; o dia de amanhã terá os seus problemas. Para cada dia, basta o peso próprio dele. (Mt 6,24)
35. O BOI E O BURRO NO PRESÉPIO
Um dos anjos de Belém achou bom contratar dois animais para ajudar José e Maria na gruta. O primeiro a chegar, naturalmente, foi o leão:
- Somente um rei como eu pode servir o Rei do mundo.
- Não! Você é muito feroz e abrutalhado. Poderá devorar meio mundo.
E dispensou o leão. Veio a raposa, toda sorrateira dizendo:
- Sou uma velha raposa. Eu conheço todos os galinheiros da região. Deixe comigo. Não vai faltar gemada para o menino. E para os pais, aquele franguinho caipira e saboroso.
- Tome vergonha, raposa desonesta. Que mau exemplo para uma criança. Pode ir embora.
Veio o pavão. Chegou abrindo a roda para mostrar sua plumagem. Desfilando para cima e para baixo, exclamou:
- Essa pobre gruta vai virar um palácio das mil-e-uma-noites com minha presença chique.
- Nada disso, disse o anjo. Não precisamos de vaidades e ostentações. Retire-se, por favor.
E assim foram passando outros animais. Será que nenhum deles serviria? O anjo estava para se retirar meio desiludido, quando avistou o boi e o burro, sempre quietos e ocupados em seu trabalho. Chamou-os:
- Vocês ficaram sabendo que estou contratando gente para servir a Jesus Menino?
- Sim! Ficamos sabendo. Mas não temos nada para oferecer. Só temos que agüentar calados as pauladas que dão em nossos lombos.
E o boi acrescentou:
- Poderíamos afastar as moscas de cima do Menino, balançando nossos rabos.
O anjo riu gostosamente e disse para os dois: “É exatamente disso que o Filho de Deus está precisando. Venham vocês dois”.
Palavra de vida: Jesus exclamou: “Eu vos bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque estas coisas que escondestes aos sábios e aos entendidos, vós as revelastes à gente simples. (Mt 11,25)
36. SE PERDER A VERGONHA...
A perda seria quase irreparável, se a gente perdesse a vergonha. Conta-se que o Fogo, a Água e a Vergonha combinaram de sair pelo mundo. Havia porém, o perigo de extraviar-se, porque cada um deles ia pegar rumos diferentes. Por isso acharam bom combinar alguns sinais ou pontos de encontro. O fogo disse:
- Caso vocês se perderem de mim, é fácil localizar-me. Basta ver onde há fumaça. O povo já diz: Onde há fumaça, aí há fogo.
A água informou:
- Se abrirem um buraco bem fundo, lá me encontrarão.
A Vergonha, envergonhada, não achou outra saída:
- Se eu me perder, ou se alguém me perder, não adianta procurar. Nunca mais me acharão.
Palavra de vida: A falta de vergonha é como um carro desgovernado. Ninguém sabe onde vai parar.
Era uma vez dois ratinhos que gostavam de “xeretar” na despensa de dona Margarida, pobre fazendeira viúva. Ela costumava ajuntar a nata do leite de suas vaquinhas num pequeno caldeirão. Quando tivesse uma boa quantia, batia no sistema antigo para fazer manteiga.
Um dia os dois buliçosos inventaram de entrar no caldeirão a fim de aprontar das suas. Não calcularam, porem, a fundura da vasilha e se afundaram.
Um deles achou que não tinha mais remédio e se entregou morrendo afogado. O outro pensou “eu morro mas não me entrego”. Começou a se bater e se debater, no esforço de vir à tona do balde. De tanto se debater, a nata foi endurecendo e virou manteiga. Vendo-se na superfície da manteiga, pulou fora, deixando-nos três lições:
- A vitória é dos fortes.
- Sentir-se útil: Deixou pronta a manteiga.
- Nunca desistir da luta.
Palavra de vida: Com vossa perseverança é que salvareis vossas almas (Lc 21,19)
26. RESPEITE OS IDOSOS
Seu Jeremias, beirando os 75 anos, já não escutava mais. A surdez foi tomando conta dele, a ponto de não ouvir nem sequer a própria respiração. Nessa mesma casa trabalhava uma empregada impertinente que se aproveitava de sua surdez para o maltratar com palavrões e xingatórios de todos os calibres.
Certo dia, sem contar para ela, mas ajudado por um velho amigo, resolveu ir ao médico de ouvidos. Demorou um pouco, porque a consulta foi meticulosa e bem aproveitada. Ao voltar para casa, já na soleira da porta, ouviu os palavrões:
- Por que demorou tanto, velho zonzo? Perdeu-se por aí, velho caduco?
- Estive no médico. Ele me receitou um bom aparelho de ouvido.
A empregada quase enterrou a cabeça no chão de tanta vergonha!
Palavra de vida: Não repreendas o ancião com dureza, mas adverte-o como um pai (1Tm 5,1)
27. “ELE NÃO PESA. É MEU IRMÃO”
Cenas destas ainda acontecem. A menina ia passando pelas ruas de uma cidadezinha do interior com uma estranha carga nos ombros. Era seu irmãozinho. Tinha sérios problemas que o impediam de caminhar. Não sei se ia para a escola com ele ou simplesmente visitar a vovó. Ao passar diante de uma porta, ouviu alguém chamar:
- Para onde vai com esse menino? Não é pesado para você carregar?
- Não, minha senhora. Ele é meu irmão.
Palavra de vida: O fardo não pesa para quem ama de verdade.
28. CONTRABANDO NO CÉU?
Certo dia, caminhando com São Pedro pelas alamedas floridas no céu, Jesus notou no meio dos bem-aventurados, algumas pessoas que tiveram conduta muito duvidosa na terra. Apontando para este e aquele, jogou uma saraivada de perguntas em cima de São Pedro, o velho porteiro:
- Quem são esses sujeitos aí? Nunca os vi na igreja. Nunca os vi fazendo alguma coisa que prestasse. Por onde passaram?
- Eu não estou sabendo de nada, Jesus.
- Você não é meu porteiro de confiança? Quantas portas temos aqui?
- Uma só, Jesus. Não sei de outra.
- Então! Como se explica essa invasão? Não relaxe o seu ofício de porteiro. Se quiser aumento de salário, fale sem rodeios.
- Jesus, respondeu Pedro com firmeza, eu vigio bem a porta. Enquanto eu saiba, não existe outra. Quer que lhe explique toda a verdade? Só me admiro como o senhor ainda não viu. Ou não quis ver.
Aproximando-se mais de Jesus e segredando no seu ouvido para que ninguém escutasse, continuou:
- Eu fecho bem a porta, mas... tua Mãe abre a janela.
Palavra de vida: Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém!
29. PREOCUPAÇÕES, PARA QUÊ?
Um rapaz foi convocado para a guerra. Para se acalmar, começou a refletir. Duas coisas podem acontecer:
Ser mandado para a linha de frente ou não. Se não for mandado para a linha de frente, tudo OK.
Se for mandado, de duas uma: Poderei ficar ferido ou não. Se não ficar ferido, ótimo.
Se ficar ferido, novamente duas coisas poderão acontecer: O ferimento poderá ser grave ou leve. Se for leve, menos mal.
Se for grave, duas coisas ainda podem acontecer: Posso sarar e posso morrer.
Se sarar, ainda bem. Se morrer, acabaram-se as preocupações.
Por que se preocupar desse jeito?
Palavra de vida: “Não vos preocupeis com o dia de amanhã... A cada dia basta o seu fardo” (Mt 6,34).
30. CAMA ESTREITA DEMAIS
Um peregrino que se encaminhava para um Santuário da Bahia, parou numa casa muito pobre e pediu uma cama a fim de passar a noite. Queria sair no dia seguinte, bem de madrugada. Deram-lhe um quarto pequeno (o melhor da casa) e uma cama estreita (a melhor que possuíam). Por infelicidade o peregrino tinha um corpo bem avantajado.
Durante a noite ouviram-no dizer baixinho, várias vezes: Isaías 28,20. Que mistério era esse? Será que ele estaria lendo a Bíblia?
Quando amanheceu o dia, o peregrino misterioso já estava longe. O casal, querendo desvendar o mistério do “Isaias 28,20”, abriu a Bíblia no lugar citado e leu: “A cama era tão estreita que não dava para dormir, e a coberta tão curta que não dava para se cobrir”.
O casal riu a mais não poder.
Palavra de vida: Tem gente que sabe a Bíblia de cor. Além de saber de cor, sabe aplicá-la nas mais diversas circunstâncias da vida. Muitas vezes, até de maneira humorística.
Dois homens aguardam na sala de espera do palácio. Querem pedir um favor ao rei. Foi mera coincidência chegarem quase ao mesmo tempo, pois são inimigos.
O rei, que já os conhecia, pediu que entrasse um depois do outro. Mas advertiu a ambos: Quem ficasse por último ganharia em dobro o que o primeiro pediu. Se, por exemplo, o primeiro pedisse um cavalo, o segundo ganharia dois cavalos.
Diante de tantas vantagens para o último, nenhum dos dois queria ser o primeiro a entrar na sala de audiência. Por fim o rei tomou a iniciativa e, apontando para um deles, disse:
- Alguém tem que ser o primeiro. Venha você aí.
Este foi o pedido maldoso e diabólico do malvado e invejoso:
- Meu Senhor, ciente de que o outro receberá em dobro o que eu pedir, peço que me seja arrancado um olho.
Palavra de vida: Deus olhou para a oferta de Abel e não olhou para a oferta de Caim... Por isso Caim atirou-se sobre seu irmão e o matou (Gn 4,1-8)
20. NA CADEIRA DE RODAS
Vai haver uma celebração de bodas de casamento. O casal está entrando na igreja. Todos acompanham a cena inédita: O marido entra empurrando uma cadeira de rodas na qual vai sua esposa.
Durante a alocução o padre celebrante pergunta ao marido:
- Há quanto tempo sua esposa usa cadeira de rodas?
- Há 25 anos. Desde o nosso casamento.
O padre se admira. E toda a assembléia com ele. O marido lê uma interrogação nos olhos do celebrante e continua:
- Exatamente há 25 anos, pronunciamos nesta mesma igreja o nosso “sim” para toda a vida. No meio da festa, porém, aconteceu o que ninguém esperava. Minha esposa teve um choque, ficando paralisada.
O padre continuava olhando para um e outro, visivelmente emocionado. A esposa arrematou:
- Nestes 25 anos fomos muito felizes com nossos filhos. A gente se casaria de novo se fosse preciso.
- É o que estão fazendo agora, disse o padre.
A igreja inteira bateu palmas.
Palavra de vida: Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe (Mt 19,6).
21. “EU ME ENFORCARIA NO PESCOÇO DE JESUS”
Aula de catequese numa cidade do interior baiano. A catequista estava descrevendo com muita vivacidade a história trágica de Judas, o traidor. Primeiro a cena da traição e depois o remorso que terminou na forca.
Silêncio na sala. As crianças tinham entendido tudo: De um lado a tentativa de Jesus para converter Judas. Do outro lado sua recusa e seu fim trágico. A catequista rompeu o silêncio e perguntou:
- E vocês, o que fariam se tivessem feito um pecado muito grande? Fariam também como Judas?
Uma menina de oito anos respondeu:
- Eu me enforcaria também, mas...no pescoço de Jesus.
A catequista, que havia levado um susto com esta resposta tão inesperada, entendeu o que a criança quis dizer, e comentou com as outras crianças:
- É assim mesmo. A gente se abraçaria no pescoço de Jesus pedindo perdão.
Palavra de vida: O pai correu ao encontro do filho pródigo, abraçou-o cobrindo-o de beijos (Lc 15,20)
22. A FILEIRA DE ZEROS
Um rapaz foi, todo feliz, contar a São Felipe Néri que encontrara a noiva dos seus sonhos. O santo sacerdote, grande amigo da juventude, deu-lhe os parabéns e perguntou pelas qualidades da sua eleita. O rapaz foi enumerando:
- É muito rica. Pertence à alta sociedade.
Felipe escreveu um zero no papel. O rapaz não entendeu aquele zero. Talvez o padre estivesse rabiscando alguma coisa enquanto escutava. Continuou:
- É muito bonita. Um encanto de mulher.
São Felipe escreveu um zero atrás do primeiro.
O rapaz começou a ficar encabulado. Mas não comentou. E continuou:
- Está cursando Faculdade. Forma-se este ano.
Outro zero. E assim uma fileira de zeros a cada qualidade que o rapaz mencionava. “O que o padre quer dizer com tanto zero?” Arrematou dizendo:
- Minha noiva é muito religiosa e muito responsável.
São Felipe deu um suspiro de alívio e colocou o algarismo “1” na frente dos zeros. Agora sim, todas as qualidades da jovem adquiriram valor real.
Palavra de vida: Ninguém se iluda! ... pois a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus (1Cor 3,19)
23. A CHAVE DO CÉU
Frei Leão era um alfaiate santo. Além de santo, muito original. No fim da vida, já no leito de morte, pediu que lhe trouxessem a chave do céu.
Que chave do céu nosso bom Frei está imaginando? Será que já está delirando? Trouxeram-lhe um velho livro de orações que usou durante muitos anos. Ele acenou que não. Trouxeram-lhe o rosário. Também não era. Depois o livro dos Estatutos da Ordem. Ainda não.
Um Irmão bastante idoso e companheiro de Frei Leão, lembrou-se da agulha com a qual costurou e remendou muita roupa dos frades e dos pobres. Buscou-a e lha entregou.
Agora sim. O agonizante beijou-a com mãos trêmulas. Foi sua ferramenta de trabalho humilde e sacrificado durante muitos anos.
Palavra de vida: Para nós a chave do céu é a ferramenta que usamos no trabalho.
24. “FALTOU ESPAÇO PARA O DIABO”
O professor deu a seguinte tarefa para seus alunos: “Escrever duas laudas sobre o diabo”. Seria um teste. Distribuiu as folhas e deu o prazo: Meia hora para executar a tarefa.
Um dos alunos começou assim o seu trabalho: “O diabo tem um grande inimigo que é Jesus”. E continuou citando fatos da vida de Jesus. Com isto preencheu as duas páginas solicitadas. Mas o prazo tinha expirado. E o espaço também. Por isso anotou no rodapé: “Faltou tempo e espaço para o diabo”.
Palavra de vida: No meio de nossas atividades, jamais deixar espaço para o demônio agir.
Já era noite avançada. Um homem bateu à porta de uma casa na roça. Estava cansado de tanto andar, e com o estômago roído de fome. Queria um prato de comida.
A dona da casa, uma pobre viúva, fez o que pode no momento: Sopa de fubá com alguma verdura no meio.
- Que sopa deliciosa, repetia a cada colherada.
No fim pediu a receita, agradeceu e saiu, pois tinha que chegar ainda aquela noite à sua casa.
No dia seguinte pediu à esposa que fizesse uma janta conforme aquela receita. Ela seguiu a receita direitinho. Acrescentou ainda alguns ovos para melhorar o tempero. Mas ele:
- Mulher, você seguiu a receita direitinho?
- Sim! Sem tirar nem por.
- Falta alguma coisa, porém.
- Faltou o apetite, homem. Você não está com a fome de lobo que tinha ontem.
Palavra de vida: A fome é a melhor cozinheira. Prezada dona de casa! Se algum hóspede tomar sua refeição com apetite exagerado, pense com humildade: Deve ser fome canina...
14. SÓ FORNECEMOS A SEMENTE
Um rapaz ia passando pela rua movimentada de uma cidade, quando sua curiosidade foi despertada por um loja de visual diferente: Vitrine cheia de pacotinhos e um anjo no balcão. Entrou e perguntou:
- Meu bom anjo, o que vocês fornecem aqui?
- Tudo de bom que você desejar.
- Se for assim, tenho muito a pedir. Peço tantas gramas de amor; outras tantas de paz; muitas gramas de fidelidade nas famílias; muitas outras de moralidade na vida social; muitíssimas gramas de fraternidade para todos...
O anjo achou bom interromper a ladainha de pedidos para dar uma explicação:
- Um momento! Explico-me para evitar equívocos. Aqui não fornecemos o produto, isto é, os frutos, mas somente as sementes.
Palavra de vida: A semente é a Palavra de Deus...(Lc 8,11) Deus entra com a semente e nós com os braços.
15. QUANDO AMANHECE O DIA?
Um rabino perguntou ao seu discípulo numa reunião de culto:
- Você sabe dizer quando é que acaba a noite e começa o dia?
Quase sorrindo diante dessa pergunta aparentemente ingênua, respondeu:
- Ora, Mestre, é muito simples. Quando os primeiros raios da aurora começam a clarear o horizonte...
- Só isto?
- Quando já se puder distinguir entre o vulto de um arbusto e de uma pessoa...
- O que mais?
- Quando...
O rapaz começou a titubear. O semblante do rabino continuava interrogador. Ele completou:
- A noite cede lugar ao dia quando a gente consegue ver a imagem do irmão no rosto dos outros. Mais ainda: Quando a gente percebe no irmão a imagem de Jesus. Enquanto não enxergarmos no próximo a imagem do irmão e do Cristo, ainda é noite dentro de nós.
Palavra de vida: Caríssimos, se Deus assim nos amou, devemos amar-nos uns aos outros...(1Jo,4-11)
16. CONFISSÃO E PERDÃO
Este fato mudou a vida de Gandhi, famoso lutador pela paz. Ele mesmo contou:
- Eu tinha 15 anos quando pratiquei um roubo. Peguei uma pulseira de ouro na loja do meu pai a fim de pagar uma dívida. Depois senti arrependimento e remorso. A culpa foi pesando na consciência. Queria contar ao meu pai, mas sentia vergonha. Precisava contar, mas faltava coragem.
Se guardasse a culpa comigo, meu coração iria explodir. Achei finalmente uma saída. Fiz minha confissão por escrito. Eu tremia ao entregar-lhe o bilhete.
Meu pai leu atento, rasgou calmamente o papel e me disse num tom paternal:
- Está bem, meu filho.
Depois me tomou pelo braço, como que concretizando o perdão naquele gesto amigo. Daquele dia em diante comecei a gostar ainda mais do meu pai.
Palavra de vida: Vou partir em busca do meu pai e lhe direi: “Pai, pequei contra o céu e contra ti. Já não sou digno de ser chamado teu filho...”. Ainda longe, o pai o viu e, comovido correu ao seu encontro e lançou-se-lhe ao pescoço, cobrindo-o de beijos... (Lc 15, 18-20)
17. A MORTE DO ASTRÔNOMO
Era uma vez um professor de astronomia que tinha verdadeira paixão pelos astros. Passava noites inteiras a estudar as estrelas, quer no telescópio, quer a olho nu. Esquecia-se até de comer. Vivia, como se diz, no mundo da lua.
Uma tarde saiu apressadamente para dar sua aula. Estava atrasado, mas nem por isso despregava os olhos das estrelas. Ao atravessar uma pontezinha estreita e sem corrimão, caiu no riacho com livros, óculos e tudo. Debatia-se desesperadamente. Mas mesmo se debatendo, é bem capaz que continuasse espiando para as estrelas.
Não havia ninguém para acudi-lo. Morreu e foi sepultado com todas as honras de um cientista. Não faltaram os discursos ao pé do túmulo. Um homem do povo, enquanto ouvia as belas tiradas oratórias, cochichou para o seu vizinho:
- De que lhe serviu tanta sabedoria? Teria sido melhor para ele se tivesse aprendido a atravessar uma ponte sem corrimão.
Palavra de vida: O que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder a vida e a alma...? (Mt 16,26)
18. DE MÃOS VAZIAS?
Uma jovem está agonizando. Rodeiam-na parentes e amigos, todos chorosos. Já não consegue falar mais. Entretanto conserva lúcida a consciência.
Parece que tem alguma coisa para dizer, mas não consegue transmitir. Será um pedido? Um desabafo? Todos fixam os olhos nela, numa crescente ansiedade.
Por fim, num esforço supremo, a moça estende os braços, abre as mãos e as conserva bem abertas e espalmadas, enquanto olha para o céu.
Parece que entenderam o sentido daquele gesto. Olhando para o céu com as mãos espalmadas, ela parecia dizer: Como comparecerei diante do meu Deus de mãos vazias?
Ela pensava não ter feito nada de útil durante sua curta existência. Felizmente era um temor infundado, pois tivera uma vida de muita doação.
Palavra de vida: Não comparecerás diante de Mim de mãos vazias (Dt 16,16)
Quando, um dia, você se julgar insubstituível e pensar que não existe ninguém melhor que você... Ou quando você achar que sua saída vai deixar um vazio irrecuperável, siga estas instruções bem simples:
Pegue um balde e encha-o de água. Enfie a mão dentro dele, até o fundo e a retire. O buraco que ali ficar, terá o tamanho da falta que você fará neste mundo.
Talvez você deixará saudades. Muitos vão chorar. Mas em pouco tempo verá que tudo ficou como antes.
Palavra de vida: Minha intenção não é deixá-lo na depressão com esta reflexão, mas animá-lo a trabalhar ainda mais, praticando boas obras. Estas, sim, ficarão para sempre e serão sempre lembradas. “Somos servos inúteis. Fizemos o que devíamos fazer”. (Lc 17,10)
A menina estava de férias e queria ajudar a mãe. Não tinha prática nas coisas, mas tinha boa vontade.
- Mãe, me dê algum serviço.
- O serviço era muito, mas já fiz quase tudo. Falta uma coisa: lavar o gato. Você é capaz?
- Sim, mamãe. Já vi tantas vezes a senhora lavando roupa no tanque.
A menina pegou o gato, e a mãe entrou na cozinha. Molhou o bichano, ensaboou, deu uma escovada e...
Dali a pouco ela gritou chorosa:
- Mãe, o gato morreu.
- Ora essa. Estava tão sadio. O que fez com ele?
- Nada, mãe. Molhei, passei sabão, enxagüei e torci. Foi na hora de torcer.
Palavra de vida: A cena do gato é um chiste, naturalmente. Mas tem aplicação moral: Quem não sabe, pergunte. Só boa vontade não basta. Precisamos observar como os outros fazem e pedir explicação.
Um homem, já no fim da vida com seus noventa anos, está passando os últimos dias numa casa de repouso. O mal de Alzheimer tomou conta de sua pessoa, atacando principalmente a memória.
Sua filha visita-o freqüentemente. Como o fim se aproxima, ela permanece junto dele de dia e de noite.
Num desses momentos em que parecia ter um raio de lucidez, ela perguntou:
- O senhor está me conhecendo?
O velhinho olhou para ela de alto a baixo e disse:
- Não sei quem é você. Mas eu sei que amo você.
Como se quisesse dizer: O cérebro está fraco, mas o coração continua forte.
Palavra de vida: Tudo pode se acabar, exceto a caridade (1Cor 13,8)
Era uma vez um sapateiro que vivia cantando e assobiando enquanto batia sola. Um dia Jesus passou por ele e disse:
- Você parece ser uma pessoa feliz.
- Creio que sim, respondeu, sem conhecer com quem estava falando. Ainda ontem vendi um par de botinas. Com o dinheiro comprei mais couro e comida. Assim, dia por dia. Amanhã já é outro dia para mim.
- Pois bem. Preciso com urgência de um par de sandálias. Pagar-lhe-ei o valor de dois pares, ou mais.
- Pois não! Jesus levou a encomenda e pagou generosamente.
Três dias depois, Jesus voltou, mas encontrou o sapateiro quieto, como um rato escondido num buraco.
- Por que não canta mais?
- O dinheiro que ganhei está aí. Minhas crianças começaram a inventar mil e uma necessidades (roupas, meias, produtos, etc.). Esse dinheiro encheu-me a cabeça de minhocas. Perdi o sossego do espírito. Tome o dinheiro de volta.
No dia seguinte foi ter novamente com o sapateiro e o encontrou alegre e feliz. De longe ele escutava suas cantigas descontraídas. Então suspirou, satisfeito também:
- Como o mundo seria feliz se todos ficassem satisfeitos com aquilo que têm para aquele dia.
Palavra de vida: “Não vos preocupeis com o dia de amanhã”.
Eu estava chegando à casa de um amigo para fazer-lhe uma visita, quando fui surpreendido logo na entrada por um cachorro de aparência hostil. Ele me mostrava os dentes pontiagudos e me encarava ameaçadoramente. Pensei comigo: Avançar ou retroceder? Gritar por socorro ou enfrentar a fera?
Neste momento de indecisão angustiante chegou um menino e aproximou-se do cachorro. Meu coração parou. Pressentia uma desgraça terrível:
- Cuidado, menino! O cachorro está furioso. Ele vai morder.
Mas ele, voltando-se calmamente para mim, respondeu:
- Ele não morde quem gosta dele.
Palavra de vida: A lição me valeu. E vale para todos: Se começarmos a tratar bem nossos adversários, eles também mudarão de jeito. Leiamos o que diz a Sagrada Escritura: Eu amo os que me amam (Pr 8,17)
O pai conversava na sala com um fazendeiro que viera comprar gado. A oferta era um boi assim e assim, muito bom, sem defeito etc. O pequeno Humberto ouvia tudo, assentado num canto. No momento de fechar o negócio, ele entrou na conversa:
- Pai, o senhor está querendo vender aquele boi? Mas ele não vale nada. Vive pulando cerca e fugindo para todos os lados...
- Cale a boca menino. Vá pra cozinha com a mamãe.
Palavra de vida: O mentiroso cairá na própria armadilha que ele armou para o outro (Sl 7,16)
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
Rona, de 8 anos, estava sozinha em casa com seus cinco irmãos e ressonava. Os pais com dois filhos mais velhos, tinham ido à feira.
A luz da lamparina alumiava fracamente a escuridão do quarto, todo de madeira e coberto com palha. Súbito o gato buliçoso esbarrou na lamparina. Ela tombou em cima da cama de Rona e começou a queimar a roupa e o cabelo da menina. Ela acordou e logo se deu conta da tragédia.
Não perdeu tempo. Apagou, como podia, o fogo que lhe chamuscava o corpo. Poderia pular para fora e pôr-se a salvo, pois sua cama ficava perto da porta.Mas não! Viu seus irmãozinhos que começaram a se mexer.
Pegou um por um e os levou para fora, carregando-os ou arrastando-os. A mais velha, de nove anos, foi jogada pela janela, pois era muito pesada para Rona.
O fogo começou a se alastrar pela casa. Completado o resgate dos irmãozinhos, Rona pensou em apagar o fogo. Encheu várias vezes o balde num riacho próximo. Por fim seu corpinho não resistiu mais, e ela tombou de bruços sobre os escombros carbonizados.
Quando a mãe chegou, quanta desolação! Encontrou as crianças, mas faltava uma. Onde estaria Rona? Estava debaixo de um monte de escombros... inerte. Pegou-a nos braços, dizendo: “Meu Deus, entrego-te minha filha”.
O pai chegou bem mais tarde. Profundamente chocado, achou que só havia uma solução: Cavar uma sepultura para ela.
A mãe, porém, não perdeu a esperança. Com muita dificuldade, levou-a para o médico. No caminho, a menina acordou. Respirava. Graças ao bom Deus, nem tudo estava perdido. A mãe apressou o passo. Chegando à clínica, foi logo atendida. “É inexplicável como ela agüentou tanto tempo”, disse a médica. A menina estava toda desfigurada pelas queimaduras.
Graças à ajuda de muitos, ela se tratou e se recuperou. Boa parte da cura se deve à sua coragem. Quando interrogada como teve tanta força para fazer o que fez, respondeu com simplicidade:
- Eu agi dessa forma porque eles são meus irmãos. Eu os adoro.
(publicado na Revista Seleções, março de 1997)
Palavra de vida: Saudações a Prisca e a Áquila, meus colaboradores em Cristo Jesus; para me salvar a vida, arriscaram a sua...(Rm 16,3)
O que é uma comunidade? Respondo fazendo uma comparação:
- Seria como uma laranjeira?
- Mas, cada laranja cuida de si, e o sol de todas.
- Ou como uma fruteira sortida de maçãs, pêras, mangas, laranjas, etc.?
– Ainda não, porque estão apenas justapostas.
- Como um suco de frutas batido no liqüidificador?
– Também não, porque ao bater, cada um perdeu sua identidade, sua individualidade.
- Como uma salada de frutas?
– Agora sim, pelos seguintes motivos: Cada qual se beneficia com o sabor da outra sem perder sua identidade. E tem mais. Leia a Palavra de vida.
Palavra de vida:
* Comunidade é partilha de dons e qualidades, sem que seus membros percam a própria individualidade.
* Na comunidade cada um é picado, i.é, renuncia à própria vontade em favor do bem comum.
* Na comunidade tudo deve ser adoçado com o açúcar do amor. “O corpo não é um só membro, mas muitos” (1Cor 12,14)
Juquinha mandou uma carta ao Menino Jesus por ocasião do Natal, mais ou menos, nestes termos:
“Querido Menino Jesus! Minha mãe está doente. Não peço presente, mas dinheiro para comprar remédios para ela. Você pode mandar-me 100,00? Um beijo e um abraço”.
Os funcionários não acharam esse endereço nas listas oficiais. Por isso resolveram abrir e ler a carta. Sensibilizados com a simplicidade da criança, fizeram uma vaquinha, conseguiram 50,00 e mandaram para o Juquinha.
Passado algum tempo chegou outra carta. Desta vez estava assinada pelo pai do menino. E dizia assim:
“O Juquinha agradece o presente de 50,00. Mas peço outro favor. Na próxima vez que mandar dinheiro, entregue-nos pessoalmente porque o pessoal do Correio ficou com a metade”.
Palavra de vida: Não julgueis para não serdes julgados (Mt 7,1).
Quando o menino ia saindo para escola, o pai lhe disse, como dizia todos os dias:
- Minha bênção! Onde você estiver, estarei ao seu lado.
Pouco depois houve um terremoto na região, derrubando quase todas as casas. O homem, que estava trabalhando fora, correu aflito para a escola. Mas que tristeza! Da escola não restou tijolo sobre tijolo. Começou a procurar o filho no meio dos escombros. Outros que já tinham vindo com a mesma finalidade, diziam-lhe:
- Não adianta procurar. Infelizmente não sobrou ninguém.
Mas ele continuou procurando. Vieram os homens do Corpo de bombeiros. Vasculharam tudo, e disseram a mesma coisa. Mas o pai continuava escavando o chão.
E assim, vieram outras pessoas dizendo para o pai:
- Não adianta mesmo. Conforme-se. Ponha nas mãos de Deus.
Mas ele continuava revolvendo terras e escombros durante horas e horas: Quero encontrar meu filho, vivo ou morto.
Até que, ao afastar uma enorme pedra, ouviu uma voz fraquinha:
- Pai... estou aqui!
- Você está bem?
- Sim, mas com muita fome e sede... Comigo estão mais 14 colegas... Éramos 36... Estamos presos em um vão, entre dois pilares... Depressa, papai.
O pai abriu uma brecha no meio dos escombros, e todos puseram sair ilesos. O menino repetia triunfante:
- Eu sabia que meu pai estava ao meu lado.
(História verídica, acontecida na Romênia.)
Palavra de vida: Não tenhas medo, pois estou contigo (Is 43,5)
Dois mil anos atrás um Menino plantou uma semente de trigo, esperando que ela pudesse alimentar o mundo inteiro.
- Esta semente, explicou, vai dar o pão que será repartido, e alimentará muitas e muitas pessoas.
Mas alguém objetou:
- Já antes disso os homens plantam trigo, Senhor. Apesar disso há tanta gente passando fome.
- Sim, respondeu o Menino. As sementes existem há muitos séculos. Mas a semente da Fraternidade está sendo plantada agora.
Esta semente era Jesus. Era Ele a semente que acabava de nascer, com a grande tarefa de saciar a fome de pão e de justiça do mundo.
Palavra de vida: Eu vim para que todos tenham vida, e tenham vida em abundância (Jo 10,10)
A tarde ia caindo, e José não conseguira receber nenhum centavo aquele dia. Suspirando, olhava para sua esposa como a perguntar:
- E agora? O que dar para o Menino comer?
Mas ela, adivinhando seu pensamento, respondeu:
- Não se preocupe, José! Tenho um pouco de leite de cabra e pão de ontem. Farei uma sopinha para ele. Nós dois agüentaremos até amanhã.
Maria preparou a sopa. No momento, porém, que o Menino ia começar a comer, alguém bateu à porta implorando:
- Um prato de comida, por amor de Deus.
Maria olhou interrogativamente para o pobre, olhou para José e depois para Jesus: E agora? Jesus tirou-a do apuro:
- Dê para ele minha sopa, mamãe.
Sem esperar resposta, o Menino pegou a tigelinha e entregou-a para o mendigo.
José e Maria se entreolharam agradavelmente surpresos, e fizeram a mesma pergunta que já tinham feito diversas vezes:
- O que será deste Menino, meu Deus?!
Palavra de vida: E Maria guardava todas essas palavras, meditando-as em seu coração. (Lc 2,19)
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Querido filho... Hoje estou escrevendo novamente porque estou com muita saudade. Para dizer que sou a mesma, não há distância que me faça es...
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Era dia dos namorados... Rose olhava melancólica para o vaso em que costumava colocar as rosas vermelhas que chegavam todos os anos, naquela...