A garçonete
A noite estava quente, Eurípedes caminhava solitário
pela rua e como era de costume parou no bar do
Tião para fazer um lanche.
Uma nova garçonete veio atendê-lo.
Quando a viu se apaixonou, era uma morena linda.
Com a conversa mole, de mineiro, conquistou as graças da moça.
Esperou-a sair do trabalho, se entenderam e começaram a namorar.
Entre beijos e amassos ela acabou indo dormir com ele.
Foi uma noite de amor como ele nunca tinha tido.
Ela era a mais linda e gostosa das mulheres que conhecera.
Dormiram agarradinhos.
Ele teve sonhos lindos durante a noite e acordou realizado
sentindo aquele corpo quente colado ao seu, as pernas entrelaçadas
e o leve roçar da barba da moça em seu rosto.
Eurípedes deu um pulo da cama. Deitado nela, um barbado nu como
veio ao mundo. De pronto expulsou-o de casa a baixo de pancada.
Dias depois voltou a sair com a garçonete. Nova noite prazerosa
e de manhã o mesmo susto. Lá estava o barbado,
que novamente tomou uma surra.
Cismado, dormiu outra noite com a morena e ao acordar,
deu de cara com o homem nu.
- Se você não me explicar esta história de aparecer na minha cama,
não sai daqui vivo.
- Calma Eurípedes, eu vou explicar. Isto acontece comigo desde pequena,
de dia sou homem e de noite sou mulher.
- Então é isto seu sem vergonha, pois vais apanhar como nunca
e vais sumir da minha vida. Deu-lhe nova surra.
Os dias foram passando e a saudade apertou.
Antes de conhecer a morena vivia solitário e triste.
Aqueles dias junto a ela tinham sido os melhores de sua vida.
Foi então atrás da garçonete e resolveu aceitá-la do jeito que ela era.
Tiveram uma noite maravilhosa. De manhã, ao invés do barbado,
lá estava ela, formosa e mais mulher do que nunca.
- Eurípedes, eu era vítima de um encanto.
A partir do momento que você me aceitou como sou, quebrou-o.
Agora serei mulher integralmente.
Aceite uma mulher como ela é que a terá por inteira para sempre.
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